domingo, 28 de março de 2010

Garimpo BH

          Na cidade de Belo Horizonte podemos encontrar diversos tipos de lugares, cada um com sua especificidade, formando uma complexa malha urbana. A interação ou falta desta entre o homem e a cidade nos dá uma classificação para estes diversos locais.
          Quando estamos dentro de um carro ou ônibus, não temos o costume de observar a organização das avenida.Ao analisarmos essas vias de tráfego da capital percebemos que a interação delas com a população é restritamente funcional. Por isso caracterizamos as avenidas como espaços isotópicos e neutros, já que todas as avenidas nos servem da mesma forma, como meio de passagem e se aparentam fisicamente, são planificadas e largas.



          As praças podem ser caracterizadas como espaços isotópicos por se assemelharem, a Raul Soares assim como a Praça da Liberdade são locais arborizados, com fontes e trazem uma suavidade para o ambiente urbano. Porém, diferentemente das avenidas, não são espaços neutros já que os espaços que as praças ocupam se transformaram num microcosmo, onde muitas pessoas aproveitam para fazer caminhadas e exercícios físicos e também usam como forma de lazer.
          O Mercado Central tem um comportamento curioso a ser analisado. Quando criado, não havia distinção entre os outros mercados da cidade, sua função era única e exclusivamente de mercado, ele funcionava então como um espaço isotópico. No entanto, ao longo da historia de Belo Horizonte o Mercado foi criando uma relação de identidade maior com a cidade, tornando-se um importante ponto de referência, que mostra aos milhares de visitantes um pouco dos costumes regionais. Ao atingir esse valor o mercado passa a ter um significado de lugar heterotópico.

          Temos também a construção da Pampulha, que na época representou a inserção de Minas Gerais na era do desenvolvimento urbano industrial moderno. Na criação do lugar uma das intenções era lançar Belo Horizonte no circuito cultural. Por um tempo a proposta deu certo, mas com o passar dos anos a Pampulha perdeu o sentido de um espaço cultural e tornou-se um espaço neutro, pelo menos para a população local.

Fonte:http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/

sexta-feira, 26 de março de 2010

Belo Horizonte por três autores arquitetos!



A Fazenda do Cercado, com a chegada de viajantes e bandeirantes que por ali passavam e paravam, deu origem ao Curral Del Rei. Embora continuasse subordinado a Sabará, aos poucos o arraial cresceu, tornando-se independente.
Quando houve a Proclamação da República (em 1889) o nome do arraial foi mudado pra Belo horizonte, e junto com a mudança de nome veio a notícia da construção da capital naquele local.

Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, Belo Horizonte foi a primeira cidade brasileira moderna planejada. Elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, a Avenida do Contorno.

Ao longo da história da cidade, a ocupação do solo de Belo Horizonte sofreu constantes transformações. Uma das regiões em que isso é mais perceptível e que podemos nos confrontar com a arquitetura de várias épocas é a região centro sul da capital.

A região central, por exemplo, teve a função comercial mais presente desde sua criação, porém por volta das décadas de 60 e 70, parte do comércio se transferiu para a região que hoje conhecemos como Savassi. Esse comércio que se transferiu para a Savassi era mais elitista e atendia a parcela da população que morava no Bairro Funcionários, nas proximidades da Praça da Liberdade. Já o centro passou a ser frequentado por uma porção da população com renda mais baixa, moradores principalmente do Barro Preto. Muitas edificações no centro foram desocupadas então, e após um tempo foram destruídas dando lugar aos primeiros arranha-céus de Belo Horizonte.

A região do Barro Preto, assim como as do Santo Agostinho e de Lourdes, foi uma região com ocupações primeiramente mais precárias, que se faziam ao redor dos córregos Leitão e Barroca. As casas eram pobres e não se tinha infra-estrutura como no Bairro Funcionários e região Central. Porém, em 1930 o Barro Preto se torna um bairro industrial e mais tarde os rios são canalizados. Com o desenvolvimento da cidade esses três bairros citados acima se valorizam e as pequenas construções dão lugar para grandes casarios que ate hoje podem ser observados.

Com a valorização dos terrenos nas regiões mais centrais, a parcela mais pobre da população foi em direção às regiões suburbanas. Essas regiões formadas por chácaras num primeiro momento, tinham a função de abastecer a capital, como era previsto no projeto de Belo Horizonte. Essa migração contribui para segregação urbana. O Bairro Sion, por exemplo, situado na ex-colônia agrícola Adalberto Ferraz, foi ocupado primeiramente com uma favela (Favela Vira Saia) que se desfez por volta de 1960, quando a expansão da Avenida Afonso Pena foi realizada. A partir de então muitos bairros foram criados, propiciando a também formação de algumas centralidades observadas hoje na cidade como a área hospitalar, que além de hospitais, concentra um grande numero de consultórios particulares em seu entorno, Venda Nova, que possui diversos serviços e um intenso comércio na Avenida Padre Pedro Pinto, Mercado Central entre outros.

Portanto o progresso e o crescimento da capital mineira são marcados pelas diferentes formas de ocupação do solo. O exemplo, talvez mais gritante disso, é o atual Bairro das Mangabeiras. Inicialmente, aos pés da Serra do Curral instalou-se uma mineradora, visando à exploração do local, em que britas e macadame eram extraídos para abastecer a construção civil na cidade. Em 1950 com o fim da exploração do local a população mais pobre se estabeleceu criando a Vila Acaba Mundo. E já por volta de 1960 e 1970, devido ao belíssimo visual da Serra do Curral muitos terrenos são vendidos e varias mansões são erguidas. Devido esse crescimento desenfreado, para que a preservação de uma parte da Serra do Curral cria-se por volta de 1982 o Parque das Mangabeiras, como extensão do verde e forma de lazer para a população.

Todos esses são exemplos de diferentes formas permanentes de uso do solo. No entanto, temos em Belo Horizonte casos de apropriação intermitente como a feira de artesanato, que ocorre aos domingos na Avenida Afonso Pena. Essa forma de uso é capaz de dar à avenida a condição de lugar, onde existe uma relação entre aquele espaço e as pessoas, que vão ate lá para comprar, vender ou apenas visitar. Diferentemente do que ocorre durante a semana em que a avenida tem única e exclusivamente a função de deslocamento, funcionando assim como um não-lugar.

A Avenida Afonso é um microcosmo em que podemos analisar o que ocorre na cidade como um todo, que é viva, dinâmica, sujeita à transformações frequentemente. Por isso planejar uma cidade é algo tão complexo, é preciso lidar com o inesperado e aprender com os erros. Logo nos primeiros anos de Belo Horizonte observamos que o projeto de Aarão Reis não ocorreu como planejado: a primeira zona suburbana, cresceu de forma desordenada. Nos bairros São Lucas e Serra é visível as distintas formas de ocupação, não observa-se o alinhamento nas ruas e quarteirões, como ocorre dentro da Avenida do Contorno. A utopia da cidade organizada, setorizada gerou assim o caos que presenciamos diariamente.

A utilização dos rios como opção de lazer e cultura: Rio Arkansas




O Riverwalk foi um projeto que devolveu ao Rio Arkansas o seu percurso original no centro da cidade de Pueblo no Colorado, EUA. O rio foi a força vital da cidade por 300 anos e, em 1920, foi desviado após uma inundação devastadora que destruiu grande parte de Pueblo.

Sua relação com a cidade sempre foi relevante principalmente por questões de cunho econômico e atualmente não seria diferente. A revitalização do rio transformou o centro da cidade e fez daquele espaço um atratativo tanto pra os moradores quanto para turistas. Criou-se um local para lazer e cultura que move a economia da cidade e também proporciona um bem-estar para os habitantes da região que podem usufruir diariamente das áreas verdes e atrações culturais.

O “parque” conta com uma infra-estrutura excelente, com espaços para shows, festas e apresentações culturais além de um anfiteatro e laboratórios ao ar livre onde um pouco da história de Pueblo é mostrada aos visitantes. O rio pode ser navegável por gôndolas ou pedalinhos e fornecem aos visitantes uma belíssima paisagem que retrata aspectos históricos da região!


Mais informações em: http://www.puebloharp.com/


Fonte: http://www.puebloharp.com/


quinta-feira, 18 de março de 2010

Disse que me disse: Exposição ''Brasília 50 anos''




Tudo bem... São Paulo está um pouco longe de nós... mas se alguém tiver a oportunidade de dar uma passadinha por lá até o final de maio poderá visitar a exposição que comemora os 50 anos Brasília!

Em meio há tantas discussões nas nossas aulas sobre o planejamento urbano, sobre o pensar arquitetônico e urbanístico para um futuro, nada mal conhecer um pouco mais do pensamento de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa ao projetarem Brasília. Um projeto que, sem nenhuma dúvida, era desafiador e muito a frente do que a nossa realidade brasileira estava acostumada na época.

A exposição ''Brasília 50 anos" acontece no Sesc Pinheiros, na cidade de São Paulo. A mostra traz serigrafias do urbanista Lúcio Costa, do arquiteto Oscar Niemeyer e do artista plástico Athos Bulcão. Ela ficará em cartaz até o dia 30 de maio!

É importante ressaltar a figura de Athos Bulcão que talvez não seja tão conhecido como Niemeyer e Lúcio Costa. Bulcão possui diversos trabalhos conjuntos com obras arquitetônicas e grande parte dessas estão espalhadas pela cidade de Brasília. Além de artista plástico ele também trabalhou como arquiteto, participou da elaboração dos projetos da nova capital a convite de Oscar Niemeyer e também realizou alguns projetos de interiores.

Curiosamente, ele conheceu Niemeyer ao ser convidado por este para a confecção de um projeto para azulejos externos que configurariam um painel ao Teatro Municipal de Belo Horizonte. Infelizmente a obra ficou inacabada e o painel não foi realizado. No entanto, nós podemos prestigiar um pouco do que foi a arte de Athos no painel de São Francisco de Assis, na Igrejinha da Pampulha. Já que ele estagiou com Candido Portinari e trabalhou como assistente na confecção deste painel.

Bom aqui está o link com um vídeo rápido que fala um pouco mais sobre essa exposição:



terça-feira, 16 de março de 2010

Abertura!

Bom... só pra começar mesmo...
Achei esse texto no Vitruvius.com ( http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq117/arq117_03.asp ) e gostei muito, é bem interessante! Além de abordar aspectos que já estão sendo discutidos nas aulas da faculdade ele me despertou mais uma curiosidade sobre essa profissão que escolhi!

Como lidar com presente e futuro? Arquitetura e Urbanismo envolve gente e só existe quando estas estão presentes e participam do espaço! Dão vida e história para um território...
O planejamento urbano envolve pessoas e conta com a participação daquelas que nem mesmo existem ainda... como planejar pra quem ainda não nasceu sem deixar lacunas dentro da vida e do espaço dos que já estão usufruindo daquele local?!... Bom essa é uma dúvida que espero tirar ao longo da minha formação e vida profissional....
Muito já se discute sobre isso, um exemplo dessas discussões é a construção de condomínios fechados cada vez mais presentes nas nossas grandes cidades. Esse modelo habitacional mascara a realidade e diminui cada vez mais a interação crucial para a formação de uma cidade: o convívio entre pessoas e a relação dessas com os espaços público e privado...


espero que esse blog seja mais um espaço de aprendizado! e que através dele muitas discussões apareçam para que possamos, cada vez mais, decifrar esse universo da Arquitetura e Urbanismo!

críticas, sugestões: sempre serão bem vindas!!

=D