sexta-feira, 2 de julho de 2010

Revista Manuelzão : Ano 9 - no 35

Reportagem: Para ver as águas do rio passarem.

Curimataí (Curimatá = peixe; í = rio) recebeu a Expedição Manuelzão onde mais de mil pessoas acompanharam a expedição por cerca de 100 km. A expedição passou pelos municípios Joaquim Felício, Buenópolis e Augusto de Lima do baixo Rio das Velhas. A organização teve como objetivo divulgar a preservação da bacia do Rio Curimataí. Essa idéia foi criada para que se conheçam melhor as sub-bacias do Rio das Velhas e dessa forma conseguir intervenções mais especificas e proveitosas no local. Alem do mais, essa ação local contribui para a revitalização da grande bacia do Rio das Velhas. No levantamento da expedição foram encontradas riquezas imensas como cachoeiras, afloramentos rochosos e pinturas rupestres. Entretanto um dado levantou um alerta vermelho, foi encontrado esgotos desembocando in natura. Foi constatado que o nível de cloriformes fecais quando era para serem no máximo 5000 col/100 ml era de 30000 col/100 ml.




Reportagem: CBH Velhas formaliza primeiros subcomitês


Como um médico não pode completamente tratar um paciente à distancia, os cuidados com a bacia hidrográfica também não se faz eficiente quando realizado a distância, ou seja, nesse caso proximidade é tudo. Por isso o Manuelzão aposta na criação de subcomitês para que esse acompanhamento seja feito de mais perto. Como pioneiro foi fundado o Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça. Essa organização tem como objetivo auxiliar a atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH), entretanto, não possui poder de decisão. Essas medidas visão a descentralização e quebra do monopólio do manejo de águas. Os subcomitês também contam com o apoio empresarial de empresas como Coca Cola, Infraero e Copasa.




Reportagem: Um parque ao longo do caminho


Córregos e rios no período de cheia sofrem inundações que inviabiliza a ocupação na margem destes. Uma via alternativa para tal problema é a ocupação das margens dos rios por parques lineares. Seriam espaços com praças, jardins e quadra de jogos, por exemplo, que pretendem oferecer uma alternativa multifuncional para a não ocupação das margens de rios em grandes centros urbanos. Dessa forma, evita que as margens fiquem atulhadas de mato e lixo e evita também a canalização dos rios e a proliferação de doenças. Essa medida foi usada na década de 70 com sucesso em Curitiba, entretanto vale ressaltar que nessa época a cidade se consolidava e ainda essas áreas não eram ocupadas. Hoje em BH essa ação encontra alguns empecilhos como a já ocupação dos leitos e a canalização dos mesmos. Porém, com certeza é uma alternativa de grande valia, pois cria espaços de interação dos cidadões à cidade, contribuindo mais uma vez para a adição dos leitos aquosos à paisagem da cidade.


Reportagem: Dúvida Permanente




As APP’s (Áreas de Preservação Permanente) ganham uma nova regulamentação paradóxica: Uma resolução que permite a exploração de acordo com alguns casos excepcionais de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental: a Resolução 369/06. A priori essa decisão de âmbito federal parece contraditória, mas vista de outro ângulo pode não ser. As áreas que deveriam ser de preservação permanente há muito tempo já podiam ser desmatadas seguindo a legislação de cada estado. Entretanto, algumas legislações de certos estados como de Minas Gerais, são menos exigentes e permitem grande exploração, mais que o aceitável, principalmente na área de mineração. Dessa forma, todos os estados estão atualmente sobre a mesma resolução e terão que cumprir as mesmas normas. Porém, essa nova resolução há brechas de interpretação, pois não elucida os quesitos de suas exceções. Uma coisa é clara, de uma maneira ou de outra continuamos dando um passo para trás no que se remete a preservação de nossa fauna e flora. O que teria que ser permanente está preste a acabar.




Reportagem: Esgoto: como recuperar um rio?


Os esgotos quando não tratados trazem inúmeros problemas aos cursos d’água onde são liberados. Eutrofizam os cursos, proliferam doenças e causam prejuízos à fauna local. Dessa forma se faz necessário o tratamento desse esgoto antes de ser liberado nos meandros d’água. E com esse objetivo uma DN do copam que todos os 853 municípios mineiros devem realizar tratamento de esgoto. A bacia dos ribeirões Arrudas e Onça são as que mais contribuem para poluição da bacia do Rio das Velhas. Sendo assim, é necessário uma atuação mais precisa nesses locais para que se possa atingir a meta Navegar, Pescar e Nadar no rio das Velhas na região metropolitana de BH até 2010. Segundo a Copasa, a ETE-Arrudas atua em nível secundário, ou seja, consegue retirar quase todo o material orgânico que chega até lá. Já a ETE-Onça atua em nível primário. A justificativa para que esta ultima não atue em estágio secundário é que não possui volume de esgoto suficiente para obter um bom custo-benefício do equipamento. Entretanto se continuar com o volume de esgoto desembocando nos rios mesmo que pequeno, os peixes não se reproduziram de forma eficiente e as doenças continuaram a se proliferar, ou seja, irá se tornar cada vez mais distante alcançar tal meta. Em algumas situações o bem estar da população ribeirinha e a saúde do rio valem muito mais que qualquer custo-benefício, é só uma questão de ponto de vista.

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