sexta-feira, 2 de julho de 2010

SketchUp: Casa Suntro (vídeo)

Revista Manuelzão : Ano 9 - no 36

Reportagem: Só em último caso


A preocupação com a água na cidade só se faz quando não há mais como corrigir grandes erros cometidos, ou seja, quando as cidades já estão consolidadas e as medidas, nem sempre estratégicas, já foram tomadas. Corrigir o erro, então, é muito difícil ou irrealizável. Dessa maneira, BH de forma pioneira, fomenta uma idéia que foi aceita e, assim, declarada como a Deliberação Normativa (DN) n˚ 95 do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Essa DN estabelece critérios para o licenciamento ambiental de intervenção em cursos d’água urbanos em Minas Gerais. As intervenções são classificadas em classes A até D. A classe A só é permitida a recuperação e a revitalização das águas. Já a classe D, é permitida a confecção de canais abertos com revestimento das paredes laterais e do leito do rio e até, em alguns casos especiais, criação de canais fechados. Sendo assim, começa um movimento contra a canalização dos cursos d’água, visto que essa diminui a erosão e o atrito das águas aumentando a velocidade do curso da água. Com maior velocidade há maior risco de enchente o que gera certo desconforto com a política sanitarista. Combater a proliferação de doenças via água e os desastres dos transbordamentos criam uma maior aceitação da prefeitura de manter os rios e córregos como integrantes da paisagem urbana.

Revista Manuelzão : Ano 9 - no 35

Reportagem: Para ver as águas do rio passarem.

Curimataí (Curimatá = peixe; í = rio) recebeu a Expedição Manuelzão onde mais de mil pessoas acompanharam a expedição por cerca de 100 km. A expedição passou pelos municípios Joaquim Felício, Buenópolis e Augusto de Lima do baixo Rio das Velhas. A organização teve como objetivo divulgar a preservação da bacia do Rio Curimataí. Essa idéia foi criada para que se conheçam melhor as sub-bacias do Rio das Velhas e dessa forma conseguir intervenções mais especificas e proveitosas no local. Alem do mais, essa ação local contribui para a revitalização da grande bacia do Rio das Velhas. No levantamento da expedição foram encontradas riquezas imensas como cachoeiras, afloramentos rochosos e pinturas rupestres. Entretanto um dado levantou um alerta vermelho, foi encontrado esgotos desembocando in natura. Foi constatado que o nível de cloriformes fecais quando era para serem no máximo 5000 col/100 ml era de 30000 col/100 ml.




Reportagem: CBH Velhas formaliza primeiros subcomitês


Como um médico não pode completamente tratar um paciente à distancia, os cuidados com a bacia hidrográfica também não se faz eficiente quando realizado a distância, ou seja, nesse caso proximidade é tudo. Por isso o Manuelzão aposta na criação de subcomitês para que esse acompanhamento seja feito de mais perto. Como pioneiro foi fundado o Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Onça. Essa organização tem como objetivo auxiliar a atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH), entretanto, não possui poder de decisão. Essas medidas visão a descentralização e quebra do monopólio do manejo de águas. Os subcomitês também contam com o apoio empresarial de empresas como Coca Cola, Infraero e Copasa.




Reportagem: Um parque ao longo do caminho


Córregos e rios no período de cheia sofrem inundações que inviabiliza a ocupação na margem destes. Uma via alternativa para tal problema é a ocupação das margens dos rios por parques lineares. Seriam espaços com praças, jardins e quadra de jogos, por exemplo, que pretendem oferecer uma alternativa multifuncional para a não ocupação das margens de rios em grandes centros urbanos. Dessa forma, evita que as margens fiquem atulhadas de mato e lixo e evita também a canalização dos rios e a proliferação de doenças. Essa medida foi usada na década de 70 com sucesso em Curitiba, entretanto vale ressaltar que nessa época a cidade se consolidava e ainda essas áreas não eram ocupadas. Hoje em BH essa ação encontra alguns empecilhos como a já ocupação dos leitos e a canalização dos mesmos. Porém, com certeza é uma alternativa de grande valia, pois cria espaços de interação dos cidadões à cidade, contribuindo mais uma vez para a adição dos leitos aquosos à paisagem da cidade.


Reportagem: Dúvida Permanente




As APP’s (Áreas de Preservação Permanente) ganham uma nova regulamentação paradóxica: Uma resolução que permite a exploração de acordo com alguns casos excepcionais de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental: a Resolução 369/06. A priori essa decisão de âmbito federal parece contraditória, mas vista de outro ângulo pode não ser. As áreas que deveriam ser de preservação permanente há muito tempo já podiam ser desmatadas seguindo a legislação de cada estado. Entretanto, algumas legislações de certos estados como de Minas Gerais, são menos exigentes e permitem grande exploração, mais que o aceitável, principalmente na área de mineração. Dessa forma, todos os estados estão atualmente sobre a mesma resolução e terão que cumprir as mesmas normas. Porém, essa nova resolução há brechas de interpretação, pois não elucida os quesitos de suas exceções. Uma coisa é clara, de uma maneira ou de outra continuamos dando um passo para trás no que se remete a preservação de nossa fauna e flora. O que teria que ser permanente está preste a acabar.




Reportagem: Esgoto: como recuperar um rio?


Os esgotos quando não tratados trazem inúmeros problemas aos cursos d’água onde são liberados. Eutrofizam os cursos, proliferam doenças e causam prejuízos à fauna local. Dessa forma se faz necessário o tratamento desse esgoto antes de ser liberado nos meandros d’água. E com esse objetivo uma DN do copam que todos os 853 municípios mineiros devem realizar tratamento de esgoto. A bacia dos ribeirões Arrudas e Onça são as que mais contribuem para poluição da bacia do Rio das Velhas. Sendo assim, é necessário uma atuação mais precisa nesses locais para que se possa atingir a meta Navegar, Pescar e Nadar no rio das Velhas na região metropolitana de BH até 2010. Segundo a Copasa, a ETE-Arrudas atua em nível secundário, ou seja, consegue retirar quase todo o material orgânico que chega até lá. Já a ETE-Onça atua em nível primário. A justificativa para que esta ultima não atue em estágio secundário é que não possui volume de esgoto suficiente para obter um bom custo-benefício do equipamento. Entretanto se continuar com o volume de esgoto desembocando nos rios mesmo que pequeno, os peixes não se reproduziram de forma eficiente e as doenças continuaram a se proliferar, ou seja, irá se tornar cada vez mais distante alcançar tal meta. Em algumas situações o bem estar da população ribeirinha e a saúde do rio valem muito mais que qualquer custo-benefício, é só uma questão de ponto de vista.

Receita Urbana: playground em uma vaga de carro

Nossa proposta de intervenção foi transformar uma vaga de carro em um playground todo feito de pneus.
Primeiramente tivemos a idéia de fazer pufes interativos com jogos de dama e painéis (estilo quebra-cabeça), uma gangorra de pneu, uma escada na árvore que funcionaria como escalada, uma cama elástica e carrinhos de pneu. Infelizmente, devido ao peso dos pneus e a dificuldade de manuseio desses não achamos viável a construção da escada.
Apesar de ser destinado para crianças, preferimos não pintar os pneus de diferentes cores e sim com tinta amarela, simulando faixas de interditado.


Pufes

Materiais:

• 2 Pneus
• 4 parafusos grandes e grossos
• 4 porcas
• 4 ruelas
• 1 tampo de madeira do tamanho da circunferência do pneu (MDF ou compensado)
• Espuma
• Pano
• Cola-quente
• Martelo
• Prego
• Furadeira

Fazer quatro furos em cada pneu usando a furadeira. Os furos devem ser feitos formando uma cruz no pneu. Juntar os dois pneus com a fixaçao dos quatros parafusos com suas respectivas porcas e ruelas prendendo a base de um ao topo do outro.





Para estofar :

Recorte o pano no tamanho suficiente para que ele cubra o tampo com as espumas e que ainda sobre um pedaço nas bordas do tampo para que seja possível fixá-lo. Para a fixação utilize cola-quente e reforce pregando alguns preguinhos finos.






Pufe tabuleiro de dama:

Neste caso pintamos no pano branco, utilizado para o estofar, o tabuleiro de dama.

Materiais :

• Pano branco
• Tinta de tecido na cor preta
• Pincel
• Acetato
Cortar o acetato de forma quadriculada, em forma de tabuleiro de dama, deixando pequenos quadrados vazios e outros preenchidos com o acetato intercalando-os. Ao final,uma trama se formará. Fixar a trama no pedaço de pano utilizando uma fita crepe. Pintar os espaços vazios da trama sobre o pano com a tinta preta. Esperar secar e retirar a trama.










Pufe quebra-cabeça

A idéia desse puffe era proporcionar às crianças liberdade, possibilintando a cada uma montar seu painel como bem desejasse. Para isso, nós fizemos vários elementos que compõe a nossa paisagem no dia-a-dia: carrinhos, nuvens, árvores, casas, sol... Cada elemento desse tinha suas parte recortadas então a criança poderia montar sua casinha com diferentes tipos de talhados, janelas e portas. Na árvore, assim como nas casinhas, a criança tinha como alterar a copa e o tronco. Os carrinhos também foram “desmontados” e a criança colocaria a porta de uma cor e a traseira de outra se quisesse, por exemplo.

Para que isso fosse possível utilizamos:

Materiais:

• Pano tipo feltro de várias cores
• Um pedaço de feltro branco para estofar o pufe montagens
• Velcro
• Termolina leitosa
• Pincel
• Cola-quente
• Tesoura

Modo de fazer:

Recortar o feltro formando os elementos desejados: telhado, janela, copa de árvore, etc... (use sua imaginação). Passar Termolina Leitosa em cada pecinha desses elementos para que o feltro não rasgue com facilidade (A termolina deixará o pano mais rígido).
Recortar o velcro em pequenos pedaços e colar um pedaço no verso de cada pecinha dos elementos (somente após a secagem da termolina). Obs.: A parte do velcro que deve ser colada nas pecinhas deve ser a parte mais rígida, pois ela colará no estofado do puffe, que funcionará como um painel para que as crinaças possam fazer suas montagens.












 
Gangorra

A idéia de colocá-la surgiu com o intuito de resgatar um brinquedo tão antigo, mas que até hoje faz a alegria das crianças, talvez pela sensação de liberdade, de poder quase voar... algo que infelizmente as crianças não tem mais nas nossa cidades metropolintanas... Falta espaço, falta liberdade pra ser criança...

Materiais:

1 Pneu
• 8 metros de corda de cizal
• Uma arvore com um galho bem resitente, disposto mais horizontalmente

Jogar a corda por cima do galho da arvore. Envolver o pneu com as duas pontas da corda e dar um nó muito resistente, para que a gangorra seja capaz de agüentar o peso de um adulto.




Carrinho

Os carrinhos foram os objetos que ampliavam as possibilidades de expansão do espaço da vaga. Os pneus são pesados, portanto a criança movimentaria efetivamente apenas este brinquedo com rodinhas. A idéia de pôr rodas em uma roda em uma vaga de carro também brinca com o conceito do trabalho.

Materiais:

• 1 pneu
• 4 rodinhas
• 2 eixos
• 8 roscas e 8 arruelas
• Cola instantânea (superbonder)
• Furadeira

Modo de Fazer:

Fazer dois furos próximos em um lado do pneu e dois paralelos no outro lado para passar o eixo onde ficarão as rodinhas.
Encaixar as rodinhas em cada extremidade do eixo com rosca e arruela e, para o eixo de rotação ficar fixo, pôr cola instantânea.










Cama Elástica

Qual criança (ou adulto!) não gosta de uma cama elástica, pois bem, resolvemos utilizar outra parte do pneu para fazer a trama da cama que é a câmara de ar, uma vez q é mais fácil para cortar e costurar, além de ser maleável ao pular.

Materiais utilizados:

• 1 pneu
• 1 câmara de ar
• 5 metros de corda de varal
• Espumas
• Tesoura
• Furadeira

Modo de fazer:

Cortar a câmara de ar em tiras iguais, cerca de 3cm de largura e comprimento de acordo com o pneu escolhido. Mas não se esqueça de esticar a as tiras, pois elas podem ficar frouxas.
Costurar (de preferência em um sapateiro) as tiras a partir de dobramentos nas pontas uma vez que a corda irá passar por dentro do dobramento.
Furar o pneu em toda borda fazendo dois furos “colados” de 3 em 3 cm
Passar a corda de furo por furo, prendendo a cada espaço de 3 cm uma tira de câmera de ar. Quando já tiver colocado metade, começar a fazer uma trama parecida com o xadrex, além de ir passando uma hora por cima outra hora por baixo até obter toda a trama.
Pôr bastante espuma por baixo dessa trama para distribui o peso da pessoa e não forçar tanto as tiras.










Como pintar os pneus

Como resolvemos pintar os pneus simulando faixas de interditado isso resultou num trabalho maior. Para que isso fosse possível precisamos de uma fita durex larga e com ela fizemos a parte preta da faixa de interditado. Passamos a fita envolvendo o pneu e só depois pintamos com a tinta amarela. Aguardamos a secagem e retiramos as fitas, então tivemos uma pequena faixa amarela e uma preta (onde estava a fita) e assim sucessivamente por toda parte externa do pneu.

Materiais:

• Tinta à óleo ou esmalte sintético na cor amarela
• Fita adesiva larga, tipo durex
• Pincel
• Aguarrás (para limpar o pincel)









Para finalizar, fizemos uma espécie de cerca com pneus deitados, de forma que houvesse um maior aproveitamento, já que além de delimitar, também pode haver interação com eles.
O parquinho de pneus é uma idéia que já existe a algum tempo, mas continua interessante por reutilizar os pneus que são facilmente conseguidos e proporcionam, como unidade, uma potencialidade bastante grande. O playground pode dar muito trabalho, principalmente ao pintar os pneus, mas ao vê-lo pronto e, mais que isso, ao ver as crianças utilizando, percebemos a reação àquilo que imaginamos... as novas formas de apropriação que podem surgir. Ficamos muito satisfeitos ao ver o resultado e foi um ótimo meio de aprendermos a elaborar uma idéia e pô-la em prática, lidando com as limitação de materiais, estruturação e financeira que dispunhamos.





Disse que me disse... Uso das Ruas

Um dos materiais mais básicos e uma das primeiras coisas que vem a cabeça quando o assunto é segurança é o plástico bolha. Além de servir para diversão de muitas crianças e adultos que adoram estourar bolha por bolha, ele também garante a segurança no transporte de materiais frágeis, evitando que se quebrem.



Para tentar alertar sobre o perigo dos acidentes (evitando que as pessoas “se quebrem”) e a necessidade de um seguro, a Somerville Road, uma das ruas com maior índice de acidentes, foi completamente embrulhada em plástico bolha.



O site inglês Confused.com, especializado em comparação de preços de seguros, criou a ação “Accident Avenue” para divulgar seus serviços.

Além de chamar atenção de todos que passavam normalmente na rua, a ação foi replicada em jornais, televisão e blogs do mundo todo.
Sem dúvida alguma uma das melhores formas de se fazer publicidade, usando a rua como palco, provocando uma maior interaçao entre a rua e os pedestres. O que não ocorre quando se faz publicidade com outdoors, que acabam poluindo ainda mais as cidades.

Resenha Hertzberg + Jane Jacobs + Intervenção

Qualidade de vida, segurança, felicidade... três pontos cruciais das propagandas de imobiliárias para conseguirem vender seus apartamentos em luxuosos condomínios. Mas será que essa é a única forma de resgatarmos aquela vida que nossos pais e avós tiveram?? Em que vizinhos conviviam bem; freqüentavam um a casa dos outros; andavam pelas ruas com calma entre as crianças que tinham liberdade de brincar na rua?


As ruas vem se tornando cada vez mais impessoais, sendo assim não cuidamos delas como deveríamos. Com a correria do dia-a-dia passamos a colocar toda nossa vida dentro de um apartamento. Não nos envolvemos mais com vizinhos e muito menos com a rua. Porem, como futuros arquitetos, temos que pensar em como fazer para que os laços entre rua, morador e vizinho voltem a existir.


Hertzberger propõe em seu livro Lições de Arquitetura que para que as pessoas se sintam parte do espaço, para que elas interajam com ele é necessário controlar a escala do lugar. O lugar não pode ser algo grande de mais, por que se não as pessoas ficam isoladas e não interagem uma com as outras e nem pode ser muito pequeno para que ela não se sintam intimidadas ou que tenham sua privacidade invadida. Atualmente vivemos com espaços que contrariam essa noção dita por Hertzberger, temos ruas grandes de mais com muitos carros, que sufocam e inibem a relação entre a pessoa-pessoa e pessoa-rua. E por outro lado temos os apartamentos que, cada vez menores, prendem e resguardam tanto a privacidade que as pessoas não se sentem a vontade de ter uma relação com o vizinho da porta ao lado.


Por que não descer dos apartamentos e tomar conta de um pedacinho da rua, cuidar dele e transformá-lo numa extensão de sua casa? Como Jane Jacobs mostra em seu livro Morte e Vida de grandes cidades não existe alguém melhor para cuidar de um espaço em que fazemos parte que nós mesmos. Se voltarmos a ocupar nossas ruas, a caminhar sobre elas estreitando os laços a segurança aumenta, a nossa confiança diante dela aumenta e assim fica muito mais agradável para se viver.


No bairro Funcionários, região centro-sul de Belo Horizonte propusemos uma intervenção em uma vaga de carro, para tentarmos testar essas relações das pessoas com a rua. Apesar de ser um bairro residencial pudemos perceber que são poucas as pessoas que caminham nas ruas durante um sábado de sol. No entanto, com o relato e as reações diante da nossa intervenção dessa poucas pessoas, percebemos que elas realmente sentem faltam desse contato saudável com a rua, que não seja aquele de dentro de um carro.


Nós propusemos um playground para trazermos, pelo menos durante aquele dia as crianças para a rua. Para que elas pudessem brincar livremente, por mais que a vaga fosse delimitada, os brinquedos possibilitavam que elas extravasassem esses limites sem ter que necessariamente ficar ali entre uma cerca como ocorre atualmente nos playgrounds dos ricos condomínios nas grandes cidades.


A interação com esse espaço devia ocorrer da forma mais natural possível para que as pessoas pudessem apropiar temporariamente deles e deixá-los com a sua cara, criando uma relação mais estreita, fazendo com que aquilo fosse dela. Para conseguirmos isso escolhemos brinquedo que pudessem ultrapassar o limite da vaga deixando as pessoas a vontade para brincarem e organizarem o espaço da maneira como bem entendesse.


Cada brinquedo tinha sua especificidade: A gangorra permitia uma movimentação acima do solo e para todos os lados. Os carrinhos podiam ser levados para fora da vaga para andar nas calçadas e na rua. Os puffes, apesar de serem pesados para uma pessoa carregar e sugerirem um local fixo para servir somente de assento, tinha um tampo interativo que funcionava como um painel em que a criança poderia escolher suas pecinhas e montá-las livremente formando paisagens ou até mesmo historinhas.


Evitamos ficar perto da vaga para que a nossa presença não intimidasse as pessoas que passavam por ali, para que as crianças pudessem brincar da maneira como desejassem para se sentirem dona do local, sem ter alguém para lhe ditarem as regras.


Enfim, a intervenção na rua e a leitura dos livros Lições de Arquitetura e Morte e vida das grandes cidades nos fez entender melhor como funciona a dinâmica na cidade. Como as pessoas vêem as ruas e como elas gostariam que essas fossem. Sabemos do grande desafio que temos, de não deixar que as nossas cidades morram com a morte de nossas ruas, de não deixar que as máquinas somente tomem conta das ruas. Com a nossa intervenção tentamos, em escala mínima, resgatar os sentimentos entre as pessoas e as ruas para acreditarmos que ainda existe a possibilidade de melhorarmos nossa qualidade de vida sem muitos esforços.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Radamés


Vista frontal


Vista Posterior


Vista Superior


Corte


Corte


Perspectiva

Planta Baixa

Inhotim

O Inhotim é sem dúvida alguma, um dos institutos culturais mais interessantes que temos no país. O fato de não se tratar apenas de uma enorme galeria e também de um rico jardim botânico torna-o ainda mais intrigante.

Essa interação entre as obras de arte e a natureza é muito interessante pois aguça ainda mais os nossos sentidos. O Inhotim é um espaço que nos proporciona diferentes sensações, a cada obra e a cada caminhada é algo novo, diferente do que vimos minutos atrás.

Como exemplo temos a obra Linda do Rosário, de Adriana Varejão, em que muitos sentem um cheiro de carne ao ver uma parede esculpida com formas de órgãos e carnes sangrando.


Linda do Rosário, Adriana Varejão

As obras interativas permitem o tato trazendo uma diferente sensação já que em grande parte das galerias do mundo podemos apenas contemplar visualmente as obras de arte. Tocar nos mostra um outro lado da obra, algo diferente que não seria possível percebermos apenas com a visão.

As obras ligadas à audição são muito interessantes. Apesar do Sonic Pavilion, Doug Aitken ser algo extremamente diferente, dentre as obras de caráter auditivo, as que mais me chamaram atenção foram: Forty Part Motet, de Janet Cardiff e The Murder of Crows 2008 pois nelas nós dependemos inteiramente de nossos ouvidos para entendermos e apreciarmos a obra de arte. A nossa atenção não se desvia com o que vemos, ele se prende totalmente aos diferentes sons que são perfeitamente capazes de nos ambientizar.


Sonic Pavilion, Doug Aitken


Forty Part Motet, Janet Cardiff


The Murder of Crows 2008

Para mim, o Inhotim é um espaço cultural sensorial, capaz de causar surpresa; estranhamento quando nos deparamos com um enorme emaranhado de vigas no topo de uma montanha ou então com uma semi-circunferência gigante toda espelhada escondida numa trilha. Ele está muito além de um grande acervo...

Beam Drop, Chris Burden

De lama lâmina, Arto Lindsay

Disse que me disse... Brasil em Londres por Ernesto Neto

  O artista plástico Ernesto Neto abriu a exposição “The Edges of the World” (“Os Confins do Mundo”), na Hayward Gallery, em Londres. Suas obras fazem parte do Festival Brazil, que homenageia a cultura brasileira. A exposição ocorrerá de 19 de junho a 5 de setembro.


Uma das obras expostas na galeria
 
Ele transformou o interior de três terraços da galeria em instalações interativas, entre elas, a “H2O –SfLv” , com uma piscina a céu aberto. Como em todas as suas obras, Neto convida o público a participar com seus sentidos. "O meu único interesse é o público, a interação com as pessoas", explicou o artista à Agência Efe.

Ernesto Neto dentro de uma de suas instalações em Londres

Ernesto Neto tem também uma obra exposta em Inhotim, chamada “Nave Deusa”. Ao visitarmos o Inhotim nós percebemos o quão são convidativas as suas obras. No entanto, infelizmente,nós não podemos desfrutar dessa interação proposta pelo artista. A equipe do museu nos explicou que, para a preservação da obra, a interação foi proibida, já que o material utilizado é frágil.

Nave Deusa - Inhotim
 
A Nave Deusa está exposta desde 1998 e é uma das primeiras obras de Ernesto dentro da sua área de pesquisa, que é a construção de esculturas tensionadas capazes de criar espaços que podem ser penetrados pelo espectador. Ela reúne elementos importantes para o artista: a tensão e a gravidade, evidente nos "braços" e "patas" que a sustentam; a transparência do material a criar relações entre interior e exterior; os orifícios com suas alusões corporais e sensuais; as "gotas" de especiaria que aguçam o olfato; os "ovalóides" no seu interior; o uso esmerado da costura como técnica construtiva.

              http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/182

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Parque de diversões Arrudas

Nosso projeto de intervenção do Rio Arudas é de transformar parte do rio em um parque de diversões navegável.

Nossa idéia inicial era fazer um espaço mais cultural, porém a carência de um parque de diversões com brinquedos originais e de fácil acesso para a população nos levou a desenvolver esse projeto.

A idéia é que esses brinquedos pudessem navegar o rio e para que isso ocorra eles funcionariam como “balsas” e o rio contaria com um sistema de eclusas para que o nível de água pudesse ser alterado propiciando a navegação das balsas sem prejudicar o restante do percurso do rio.


Achamos interessante desenvolver um brinquedo que pudesse ir além da idéia de diversão. Com isso desenvolvemos A TORRE DE BABEL. Esse brinquedo conta com diversos patamares que propiciam diferentes visões da cidade de Belo Horizonte. Essa torre possui uma parte que está submersa no rio, esses patamares pode funcionar como galeria de arte, espaços para oficinas e workshop e apresentações culturais. Além da escada. Que dá acesso a todos os patamares o interior da torre conta com escorregadores.


 
O TEATRO BALSA foi desenvolvido para funcionar como um espaço eclético onde poderão ocorrer apresentações teatrais e musicais por exemplo.




A CORRIDA DE HAMISTERS será o cargo chefe das atrações. As pessoas poderão fazer o percurso do rio dentro de bolas infláveis e elas terão o controle para navegarem para qualquer lado do rio. Essa atração proporcionará diversão para todas as idades!


A BALSA LABIRINTO, como o próprio nome sugere, contará com um grande labirinto porém com uma proposta estrutural mais ousada. O labirinto será feito com plantas usadas em cerca viva o que garantirá um aumento da área verde no percurso.


 
A parte externa do rio contará com os decks e com os quiosques. Esses decks funcionarão também como pista de caminhada.